sábado, 9 de junho de 2012

TRAÍRA (HOPLIAS MALABARICUS) – A MÁQUINA MORTÍFERA DOS AÇUDES E LAGOAS


A Traíra é um peixe que parece que a evolução do mundo esqueceu-se dela tendo uma aparência praticamente Pré-Histórica e por ter seu corpo arredondado e esguio e sua cauda em forma de um pé de pato podendo nadar em altas velocidades e ataques fulminantes a iscas, fora os inúmeros dentes e dentilhos que possui em sua boca. 
Tem seu costume de caçar a noite e seus olhos possuem a mesma característica de um olho de coruja ou gato que o mínimo de claridade refletem em seus olhos e fazendo a enxergar muito bem no breu do açude ou lagoa.
Esse peixe altamente versátil habita a grande maioria dos córregos, rios, lagoas e represas brasileiras, suportando baixos níveis de oxigênio dissolvido. Pouco seletiva a alimentação, ataca s iscas artificiais com grande agressividade, ou até mesmo audácia! Dizem que basta algo se mexa perto de um “lobó” para que prontamente leve uma mordida. É importante não pensar que, com tanta voracidade, é moleza pescar o peixe. Ao mesmo tempo em que é responsável pela iniciação de muitos pescadores, essa verdadeira máquina de caçar lança grandes desafios aos esportistas mais experientes. As formas para buscar traíras são variadas, e um dos grandes pontos ao seu favor é que as técnicas podem ser aplicadas tanto nas pescarias embarcadas quanto desembarcadas. Trata-se provavelmente, do peixe predador genuinamente brasileiro mais pescado com os pés no barranco, seja com iscas naturais ou artificiais.
Este peixe que muitos odeiam e outros adoram pescá-las nos finais de semanas (no meu caso), trata-se de uma 
das espécies de maior distribuição geográfica no território nacional. A partir desta constatação facilmente comprovada por todos aqueles que aventuram-se não somente por nossos grandes e pequenos rios, mas principalmente nos milhares açudes, lagoas e pequenos espelhos d’água encontrados nos quatro cantos do país, já teríamos mais do que um bom motivo para olharmos com certa atenção este peixe “tão conterrâneo”
Entretanto duas características me trazem um fascínio por esta espécie e por ser apaixonado por pesca de arremesso com artificial:
• Sua agressividade ao movimento da isca;
• Instinto Predador

A conhecida Traíra é um peixe de escamas que habita a água doce, tendo capacidade, porém, para suportar níveis de salinidade presentes em grande parte das lagoas e ambientes costeiros. Da família dos Caracídeos, subfamília Eritriníneos, distingue-se facilmente das outras subfamílias. As demais espécies não apresentam sua característica nadadeira adiposa (entre dorsal e a caudal). 
Sua coloração varia conforme a cor do ambiente aquático e PH, como Amarelas (iguais a que tem aqui no sítio), esverdeadas manchadas, inteira preta e já teve notícia de albina.
Segundo constatações já feitas, a Traíra pode alcançar 60cm de comprimento e se o ambiente aquático favorecer-lhe alimento abundante, poucos predadores e qualidade de água, pode chegar a pesar seus 4 kg de peso (como um exemplar que foi pescado aqui no sítio com mandi na vara de espera).
Sua dieta é essencialmente carnívora, dotada de instinto predador e voracidade incrível, aliado aos aspectos de facilidade de localização de ambientes e pesqueiros, fazem da pesca da Traíra uma ótima opção em termos de esportividade, não somente para os que se iniciam na pesca com iscas artificiais mas também para todos aqueles que, como eu, nunca perdem uma oportunidade de dar uns pinchos, quando a ocasião aparece.
Pode ser na isca artificial ou na natural mesmo, o que importa é a briga e o momento de prazer e ao colocar o alicate na boca da bocuda está terminada a batalha!

COMO SABER AS “AVENIDAS” ONDEM TEM HOPLIAS
Em se tratando de rios e arroios, considero aqueles locais calmos, onde a água praticamente pouco corre, como sendo os mais efetivos no tocante à capturas. Em especial as pequenas praias que, ocasionalmente, formam-se nestes pontos, cercadas por grandes paredes de juncos, com alguns poucos “limpos” em meio à densa estrutura. 
Uma isca trabalhada atentamente, em uma dessas “avenidas” certamente atrairá a atenção e conseqüente apetite de alguma moradora da vizinhança.
No caso das lagoas, represas e açudes, a chave do sucesso também está diretamente ligada às estruturas de vegetação aquática, tanto submersas como algas e gramíneas, da mesma forma que aguapés, galhadas finas e grandes malhas de capim flutuante, conhecidas comumente por “boiadeiras”. Nestes locais, principalmente nas horas do amanhecer e entardecer, sem dúvida os melhores momentos para a pesca com artificiais de Traíras, um atento ouvido para com ruídos de seus ataques às vítimas incautas, fornecerá uma segura indicação das zonas preferenciais de pesca e certamente ao lançar a isca em cima desses ataques com toda certeza elas atacarão sua isca quase que instantaneamente. 

Muitas traíras se escondem e permeiam pelas algas e boiadeiras loucas pra encontrar presas fáceis como um lambari ou uma rãzinha nadando.


Um comentário:

  1. MUITO BOA A DICA> POIS ESTOU ME APOSNETANDO, E ESTE SERÁ O MEU LAZER.
    MUITO OBRIGADO

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